A mãe de Nicolas não quis se identificar. Ela disse que o menino tinha acabado de chegar em casa com ela e que ele e a irmã costumavam brincar na rua, assim como outras crianças que moram na região. Ela afirmou que nunca aconteceu um caso semelhante no local.

"Eu tinha acabado de chegar do mercado, ele me ajudou com a sacola. Subiu, deixou a sacola e ficou aqui na frente de casa. Ele e a irmã dele. Eu entrei, bebi dois copos de água. Quando eu botei a água da minha amiga, ele já não estava mais aqui", disse a mãe de Nicolas.

Há duas versões sobre o caso. Uma delas, contada pela avó e pelo pai do menino, é de que os ocupantes do carro atiraram contra dois homens que estavam na rua e fugiam do local dando ré no veículo, quando atingiram Nicolas.

A outra, contada pela mãe, é que os homens que estavam na rua iriam roubar o carro e que o motorista deu ré no veículo para fugir. Quem prestou socorro ao menino foi a mãe, junto com outros parentes. Ela levou a criança para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife, mas ele não resistiu aos ferimentos.

"Eu já escutei o disparo, dois tiros. Aí eu olhei para frente. Quando eu não vi, eu disse 'meus filhos' e já saí. Minha filha veio correndo e disse 'mamãe, Nicolas, mamãe. Mamãe, Nicolas'. O carro prontamente bateu no meu filho e tirou a vida do meu Nicolas. E agora eu perdi o meu primeiro amor, o meu primogênito para crueldade de Passarinho, gente. Pelo amor de Deus, até quando a gente vai viver isso?", disse a mãe do menino.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que registrou o caso como um acidente de trânsito. O corpo de Nicolas foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, na região central do Recife. O sepultamento deve ocorrer na tarde desta quinta-feira (20), no Cemitério de Santo Amaro.

Fonte: G1 PE

Foto: Acervo pessoal da família